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     O cineasta finlandês Jalmari Helander é um estudioso não só das origens do mito do Papai Noel, mas da conversão publicitária frieza administrativa, o gerenciamento e o treinamento de recursos humanos que estão por trás de cada rosto feliz dos papais noéis e dos funcionários e atendentes de toda a estrutura comercial que se traveste com os signos da compaixão e do amor ao próximo. espécie de monstro cruel, ardiloso e carniceiro. Depois de capturado é submetido a um longo processo de adestramento e condicionamento baseado no esquema behaviorista estímulo-resposta-reforço positivo. Um boneco de pano substitui uma criança real no longo treinamento de segurar uma criança no colo e sorrir carinhosamente para ela, gesto que será mecanicamente repetido em cada shopping center do mundo no futuro. Depois de finalizado e aprovado pelo controle de qualidade, o agora “Papai Noel” é encaixotado e recebe o selo “Rare exclusivamente pelos distribuidores e importadores, com a advertência: “Contém imagens perturbadoras”. Apresenta detalhadas recomendações para que os clientes man*seiem com segurança a ardilosa fera que ainda existe dentro do Papai Noel. Alguns comportamentos devem ser evitados na presença do produto finlandês: fumar, beber, falar palavrões e toda lista de más condutas que podem fazer com que o dócil Papai Noel retorne às suas origens selvagens.      Além de honrar as tradições do seu país, Helander faz nesses dois curtas-metragens uma irônica abordagem da tradição natalina que é um verdadeiro mix da religiosidade cristã com elementos míticos pagãos e a racionalidade administrativo-mercantil. O VAMPIRO TORQUATO: A CRÔNICA DO CORPO QUE SE MOVE POR CONTÁGIO E TRANSCENDÊNCIA.      Torquato Neto foi definido por Décio Pignatari como um criador, um representante da nova sensibilidade dos não-especializados. Essa é a representação da trajetória ampla de quem foi letrista e um dos ideólogos do tropicalismo, compositor