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 RESSACA é uma expressão regional amapaense usada para nomear regiões costeiras alagadas que servem como reservatórios naturais de águas, tanto das chuvas, como das cheias dos rios, é um ecossistema tipicamente amapaense, e único em sua geomorfologia, sua biodiversidade, seu valor paisagístico e microclimático, este importantíssimo ecossistema, que circunda e permeia o tecido urbano macapense, tem sofrido ataques violentos ao longo das últimas décadas. Muito se comenta das ocupações de famílias pobres em área de ressaca, é um problema intensamente debatido na mídia, no senso comum e no meio acadêmico, que trata o tema da habitação nestas áreas com grande romantismo, entretanto o que estes veícu*os raramente debatem é que as ocupações não são o epicentro do problema e sim a manifestações de uma série de problemas sociais que resultam nas ocupações. Falo da AUSÊNCIA DE UMA POLÍTICA PÚBLICA HABITACIONAL por parte do estado amapaense, e do papel que cu*pre a especulação imobiliária e parte do empresariado local, na falta de acesso à terra firme para habitação, razão que forçou, e continua forçando dezenas de milhares de famílias de baixa renda a morarem nestas áreas. Prédio inacabado - Bairro do Trem Imagem: Autoria própria Área de ressaca ocupada - Bairro do Congós Imagem: Autoria própria Em Macapá não faltam terrenos baldios ou subutilizados nos bairros centrais, as*im como muitos PRÉDIOS PARTICULARES ABANDONADOS, localizados, sobretudo nestes bairros mais valorizados, onde estão as maiores ofertas de serviços, empregos e estudo, apenas recentemente o empresariado local pas*ou a investir em grandes loteamentos voltados para as clas*es médias, todos bem distantes do centro, vários deles nos limites de algumas ressacas, por outro lado, o mesmo empresariado local tem investido na construção de edifícios residenciais para a clas*e alta nos bairros centrais, em suma o mercado tem estimulado a clas*e alta e permanecer no centro e as clas*es médias a migrar para